Introdução

Os Large Language Models (LLMs), como o GPT, Claude ou LLaMA, revolucionaram a forma como interagimos com tecnologia. Mas quando estes modelos são usados de forma coordenada, em equipas de agentes especializados, o potencial de automação e inteligência empresarial multiplica-se.

Neste artigo, vamos explorar como funcionam os sistemas multi-agente baseados em LLMs, quais os seus componentes principais, e como tecnologias como o Microsoft AutoGen (utilizado no TAIB – Torpedo AI for Business) tornam essa visão possível.

O que é um LLM?

Um LLM (Large Language Model) é um modelo de inteligência artificial treinado para compreender e gerar linguagem humana. Pode escrever textos, resumir documentos, responder a perguntas, traduzir e até raciocinar em linguagem natural.

Mas, por si só, um LLM:

  • Não tem memória a longo prazo,

  • Não interage com ferramentas externas,

  • Não toma decisões estruturadas em sequência.

É aqui que entram os agentes e os sistemas multi-agente.

O papel dos LLMs num sistema multi-agente

Num sistema multi-agente, cada agente tem como “cérebro” um LLM. Esse modelo permite ao agente:

  • Compreender instruções em linguagem natural,

  • Tomar decisões com base em contexto e objetivos,

  • Comunicar com outros agentes,

  • Gerar texto, código ou comandos.

Mas para que o agente seja útil, precisa de mais do que um LLM — precisa de:

  • Ferramentas, para agir (ex.: bases de dados, APIs, ficheiros, sistemas empresariais),

  • Funções específicas, para saber quando e como intervir,

  • Regras de orquestração, para colaborar com outros agentes sem redundância ou conflito.

Componentes principais de um sistema multi-agente com LLMs

  1. Agentes

    • Cada agente tem um LLM que interpreta e executa tarefas.

    • Possui um objetivo, um papel definido, e acesso a ferramentas específicas.

  2. Ferramentas

    • Interfaces externas que os agentes podem utilizar: bases de dados, motores de busca, sistemas internos, APIs REST, SharePoint, e muito mais.

  3. Memória ou contexto partilhado

    • Permite aos agentes manterem o fio à meada numa conversa ou tarefa longa.

    • Pode incluir histórico de interações ou informações extraídas durante o fluxo.

  4. Orquestrador

    • Entidade central que gere a comunicação e a lógica entre os agentes.

    • Decide quando ativar cada agente, encaminha mensagens, verifica resultados.

  5. Fluxo de trabalho inteligente

    • O sistema liga tudo isto para criar processos automáticos: responder a um cliente, gerar um relatório, analisar documentos legais, etc.

Um exemplo com LLMs em acção

Vamos imaginar um fluxo de trabalho no TAIB para processar uma nova proposta comercial recebida por email:

  1. Um agente de “leitura de email” (com um LLM) analisa a mensagem e extrai os dados principais.

  2. Um agente “financeiro” usa ferramentas para verificar preços e margens num sistema interno.

  3. Um agente “jurídico” consulta modelos contratuais em SharePoint.

  4. Um agente “editor” compõe a resposta final para o cliente, em linguagem natural, com base nas contribuições anteriores.

Todos os agentes usam os seus LLMs para interpretar, gerar e comunicar texto, mas é a estrutura colaborativa entre eles que permite completar a tarefa com eficiência e lógica empresarial.

O papel do Microsoft AutoGen

O Microsoft AutoGen é uma framework criada pela Microsoft que permite construir e orquestrar sistemas multi-agente de forma estruturada. É a base tecnológica do TAIB e oferece:

  • Definição de papéis e objetivos para cada agente,

  • Comunicação estruturada entre agentes com raciocínio baseado em mensagens,

  • Ligação a LLMs locais ou na cloud,

  • Flexibilidade para integrar ferramentas personalizadas e APIs empresariais.

Com AutoGen, é possível criar equipas virtuais de agentes inteligentes que colaboram como uma equipa humana, mas com maior velocidade, disponibilidade e escalabilidade.

Benefícios para empresas

Ao adotar este tipo de sistemas:

  • Tarefas repetitivas ou complexas são automatizadas,

  • As decisões são baseadas em dados e contexto em tempo real,

  • Reduzem-se erros, perdas de tempo e gargalos humanos,

  • A IA passa a trabalhar em equipa, em vez de sozinha.

Conclusão

Sistemas multi-agente baseados em LLMs são mais do que uma evolução tecnológica — são uma mudança de paradigma. Em vez de uma única IA “faz-tudo”, temos equipas inteligentes coordenadas a executar processos complexos com eficiência.

Na Torpedo.pt, utilizamos esta abordagem no desenvolvimento do TAIB – Torpedo AI for Business, colocando à disposição das empresas portuguesas uma plataforma capaz de transformar fluxos de trabalho com agentes autónomos e colaborativos.

No próximo artigo, vamos aprofundar um dos elementos essenciais destes sistemas: as ferramentas dos agentes — o que são, como funcionam e por que são indispensáveis.